Kassab questiona força de Lula e abre espaço para a pré-candidatura de Ratinho Jr. em 2026

Por Br Hoje
30 de janeiro de 2025

As declarações de Gilberto Kassab, presidente do PSD, sacudiram o tabuleiro político nesta quarta-feira (29). Durante um evento com investidores em São Paulo, ele afirmou que, se a eleição presidencial fosse hoje, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não seria reeleito. Para Kassab, a condução econômica do governo enfraqueceu o presidente e o deixou em posição vulnerável.

A fala animou o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que planeja lançar sua pré-candidatura à Presidência até abril. O movimento sinaliza uma possível divisão dentro do PSD, partido que ocupa ministérios no governo Lula, mas mantém laços com a direita.

Kassab critica Haddad e mira na economia

Kassab também disparou contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que ele não tem força para comandar a economia. Segundo o dirigente do PSD, a tentativa de equilíbrio fiscal do governo fracassou diante da dificuldade de cortar gastos e ampliar a arrecadação.

A comparação com ex-ministros da Fazenda como Palocci, Meirelles e Guedes reforça a insatisfação do mercado financeiro. O principal ponto de atrito é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, medida que, segundo analistas, não tem contrapartida suficiente para compensar a perda de arrecadação.

Ratinho Jr. quer disputar a Presidência

Enquanto Kassab abre fogo contra o governo, Ratinho Junior aproveita o momento para avançar com sua pré-candidatura. O governador do Paraná já articula nos bastidores e busca consolidar apoios.

Embora tenha o aval de Kassab, Ratinho Jr. ainda enfrenta incertezas. O PSD está no governo Lula e também flerta com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que pode se tornar o principal nome da oposição em 2026.

Interlocutores do governador paranaense afirmam que ele também negocia com outras legendas. Um partido menor pode oferecer mais liberdade para sua campanha, enquanto uma sigla de maior estrutura garantiria maior capilaridade nacional.

Oposição fragmentada e caminho aberto

Se Tarcísio não entrar na disputa, Kassab avalia que a eleição presidencial terá múltiplos candidatos da direita, incluindo Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil) e Ratinho Junior. Com a fragmentação do campo opositor, a chance de um deles chegar ao segundo turno aumentaria –e a de Lula também.

O cenário político segue indefinido, mas uma coisa é certa: o PSD terá papel central na sucessão de 2026. A dúvida que paira é se a legenda seguirá com Lula ou se abraçará de vez a oposição.

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