OAB reconhece Esperança Garcia como primeira advogada do Brasil

Por Br Hoje
26 de novembro de 2022
Esperança Garcia

Esperança Garcia, mulher negra escravizada no século XVIII, em Oeiras, no Sul do Piauí, foi reconhecida nesta sexta-feira (25) pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil como a primeira advogada do país. O CFOAB aprovou também a construção do busto da advogada no átrio do prédio sede.

Desde 2017, a OAB Piauí já a havia reconhecido sob esse título. Entretanto, oficialmente para a OAB Nacional, o posto era de Myrthes Gomes, que ingressou na advocacia em 1899.

Para a conselheira Federal da OAB-PI, Élida Fabrícia, esse foi um momento de grande importância.

“Ela foi uma mulher negra escravizada, submetida a diversas agruras advindas de sua condição vulnerável. Mas nada disso a deteve na busca de seus ideais. Essa luta começou há muitos anos no Piauí, quando em 2017 conseguimos o reconhecimento na Seccional. Agora, o reconhecimento vem da OAB Nacional, em uma verdadeira reparação histórica dos prejuízos que a Advocacia negra e feminina já sofreu”, disse.

Quem foi Esperança Garcia

Nascida na fazenda Algodões, propriedade de padres jesuítas brasileiros, Esperança Garcia aprendeu a ler e escrever. Aos 16 anos, casou-se e teve seu primeiro filho. Anos depois, ela foi transferida para outro senhor de escravizados, separada da família e sofrendo maus tratos.

Ela, então, decidiu denunciar as violências sofridas por ela e por outras pessoas negras ao Governo da Capitania de São José do Piauí, por meio de uma carta, datada de 6 de setembro de 1770.

Por apresentar elementos jurídicos como endereço, identificação, narrativa dos fatos, fundamento no Direito e um pedido, juristas e historiadores brasileiros consideram o documento uma petição.

Fonte: G1 PI

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