Piauí é estado com maior espera por perícia para receber benefício do INSS

Por Br Hoje
7 de julho de 2023
Foto: André Nascimento

O Piauí é o estado com maior espera pela perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com 1.320 pessoas a cada 100 mil habitantes aguardando pelo procedimento obrigatório para concessão de benefício pelo órgão, segundo o Ministério da Previdência Social. As informações são do G1Pi.

Procurado, o INSS-PI informou que a situação é de responsabilidade da Secretária da Perícia Médica Federal, que no estado existem, atualmente, 29 agências. Quatro delas na capital. Hoje quem procura o serviço só consegue agendamento para 2024.

Entre os beneficiários que necessitam de análise pericial para serem liberados estão as solicitações do Benefício de Prestação Continuada (BPC) – os auxílios por incapacidades e pensão por morte.

Em fevereiro deste ano, a agricultora Alessandra Alves viajou 300 km em uma maca para ser atendida no posto do INSS da Avenida João XXIII, Zona Leste de Teresina, e não conseguiu atendimento por falta de internet no local.

O procedimento havia sido marcado seis meses antes, em agosto de 2022. Alessandra, que não conseguia ficar em pé e nem caminhar, saiu de São José do Piauí durante a madrugada para chegar ao posto na capital, a 300 km da onde ela mora.

Em conversa com o g1 em frente ao prédio, Alessandra relatou o desgaste com a viagem. Segundo ela, já passou por quatro cirurgias na coluna para tratar uma artrodese lombar, a última realizada em 2022.

“Além do desconforto, ainda tem os gastos que a gente fez e faz, pra chegar aqui e saber que não vai ser atendido. Não devia nem ter me tirado da ambulância, né?”, lamentou ela na época.

Fila nacional

Mais de 1 milhão de brasileiros estão na fila à espera de perícias médicas no INSS. O número é 14% maior do que o registrado em dezembro de 2022.

Em dezembro de 2022, 930 mil pessoas aguardavam uma perícia. O número foi crescendo e passou de 1 milhão em maio.

De cada 10 pessoas, 8 esperam há mais de 45 dias. Mais da metade delas não têm nem a perícia inicial. Por isso, não recebem nenhum benefício.

 

 

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