O estudante de mestrado Thiago Mayson da Silva Barbosa, de 28 anos, vai a júri popular pelo estupro e morte da estudante de jornalismo Janaína Bezerra da Silva, de 21 anos. O crime aconteceu no último mês de janeiro, dentro de uma sala da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
A decisão de pronúncia foi proferida pelo juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, que também manteve a prisão do réu, que responde por homicídio duplamente qualificado, incluindo feminicídio, além de estupro e vilipêndio de cadáver.
A decisão foi publicada no Diário Oficial do Tribunal de Justiça de 30 de maio. Janaína foi morta na madrugada do dia 28 de janeiro, Thiago Mayson foi preso no mesmo dia.
A audiência de instrução processual do caso ocorreu no dia 5 de abril deste ano. Na ocasião foram ouvidas testemunhas e o acusado. Depois o juiz Antônio Nollêto analisou as provas e definiu que existem elementos suficientes para que o caso seja levado a julgamento no Tribunal do Júri.
O juiz ainda determinou que seja mantida a prisão do acusado. Por se tratar de um caso de estupro, o processo está em segredo de Justiça, por isso não estão sendo divulgadas muitas informações.
“Mantenho a prisão preventiva de T. M. D. S. B., por permanecer intacto o quadro fático que ensejou a sua decretação, restando demonstrado o fundamento previsto no art. 312, do Código de Processo Penal, qual seja: a garantia da ordem pública”, disse o juiz na decisão.
O caso
O assassinato da estudante de jornalismo teve repercussão nacional e desencadeou debates e protestos sobre a violência de gênero e a insegurança no campus da Ufpi em Teresina. Ela foi morta e teve as vértebras do pescoço deslocadas após uma calourada na instituição de ensino. A investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontou que ela ainda foi vítima de estupro viva e após ser assassinada.
O acusado foi preso horas após o crime. Para a advogada dele, que preferiu não se identificar, Thiago Mayson nunca teve a intenção de matar Janaína. Academicamente, a comissão de sindicância da Ufpi concluiu pela expulsão do estudante de mestrado, o que ainda não aconteceu.