O Gabinete de Crise da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Piauí (SSP) registrou, em apenas 24 horas, 72 denúncias de piauienses envolvidos nos atos antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes no Distrito Federal, em Brasília. O órgão disponibilizou o telefone (86) 99492-3705 para receber informações.
Segundo o superintendente de Operações Integradas da SSP, delegado Matheus Zanatta, a Polícia Civil investigará a veracidade das informações. Em seguida, deve produzir um relatório e encaminhar à Polícia Federal.
“Continuamos recebendo informações, arquivos, fotos e vídeos. Os nomes e contatos dessas pessoas que estão nos ajudando na identificação dos envolvidos serão mantidos no mais absoluto sigilo”, garantiu o delegado.
Monitoramento de ônibus e voos
A criação do Gabinete visa auxiliar os órgãos de investigação na produção de provas. Além do canal de denúncias, o secretário de segurança pública do Piauí, Chico Lucas, informou, nessa segunda-feira (9), que empresas de ônibus e voos que tenham partido do Piauí em direção a Brasília estão sendo monitorados.
“Vamos agir em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Eles recebem os itinerários dos ônibus, a placa, o motorista e a quantidade e identidade dos passageiros. Vamos cruzar essas informações com as imagens que temos, e ajudar nas investigações que são conduzidas pelo Ministério de Justiça”, declarou na ocasião.
“Todas as manifestações são legítimas desde que não depredem. Nos atos anteriores, não houve destruição do Congresso, do Palácio do Planalto e do STF (Supremo Tribunal Federal). Essa falsa equivalência é perigosa. Antes, não foram atos patrocinados por empresários, não tiveram dinheiro de militantes políticos e não defendiam o fim da política. Não podemos normalizar o fascismo no Brasil. Querem acabar com o estado democrático de direito. Aqui no Piauí não vamos tolerar. Quem achar que é normal não vai contar com nossa leniência”, pontuou.
Foram enviados ainda 20 policiais da tropa de choque da PM-PI para Brasília, a fim de auxiliar o Governo Federal a combater atos antidemocráticos. O número se soma a 40 oficiais enviados pela Força Nacional.
O acampamento bolsonarista montado em frente ao 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina, foi desmobilizado por policiais militares, na tarde de segunda-feira (9). Os oficiais cumpriram decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A ordem de desmonte de acampamentos bolsonaristas realizados nas imediações de quartéis generais foi determinada depois que radicais invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Em Teresina, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocupavam a praça Floriano Peixoto, em frente ao 25º BC, desde o resultado do segundo turno das Eleições 2022, há mais de 60 dias.
Praça dos Três Poderes é atacada em atos terroristas
Bolsonaristas radicais invadiram neste domingo (8) prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, promovendo vandalismo e destruição. Os golpistas depredaram o patrimônio público, quebraram vidraças, destruíram documentos.
O presidente Lula decretou intervenção federal no DF e disse que terroristas são encontrados e punidos. Ele nomeou Ricardo Garcia Cappelli como novo responsável pela segurança pública na capital. Cappelli é secretário-executivo do Ministério da Justiça, braço direito do ministro Flávio Dino.
Fonte: G1 PI