De volta à vida no setor privado após desistir da disputa pela Presidência da República, o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) afirmou que votará nulo caso haja um segundo turno na eleição de outubro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita em entrevista à revista “Veja” nesta sexta-feira.
Doria afirmou que, pela primeira vez na vida, votaria nulo caso as duas opções na urna eletrônica repliquem o cenário visto hoje nas pesquisas. No Datafolha publicado na quinta-feira, Lula tinha 47% das intenções de voto, ante 28% do presidente.
“Vejo com dificuldades a terceira via. A bipolarização se fortaleceu de tal forma que, lamentavelmente, o destino do Brasil é ser governado por um populista, de esquerda ou de direita. Lula e Bolsonaro não representam esperança para o Brasil. Pela primeira vez na vida, se isso acontecer (segundo turno entre os dois), vou anular o meu voto”, declarou na entrevista.
Tanto o petista quanto Bolsonaro foram classificados como “populistas” pelo ex-governador, que lamenta as propostas no plano de governo do PT para “anular políticas como as das privatizações e revisar a lei trabalhista”.
As diretrizes do programa petista foram apresentadas na terça-feira. Uma das alterações mais marcantes foi a retirada da referência explícita à revogação da reforma trabalhista, aprovada durante o governo Michel Temer. Na nova versão, os partidos que apoiam a chapa Lula-Alckmin se comprometem a revogar “marcos regressivos” da atual legislação.
Fonte: Veja