O PSDB não toma posição na segunda volta das presidenciais brasileiras, mas o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso e a candidata apoiada por este partido decidiram tornar público o apoio a Lula.
O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, líder histórico do PSDB, declarou esta quarta-feira apoio expresso ao seu rival histórico, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disputa a segunda volta das eleições presidenciais do país. “Neste segundo turno [segunda volta] estou votando em uma história de luta pela democracia e inclusão social. Estou votando em Luiz Inácio Lula da Silva”, disse Cardoso, 91 anos, que presidiu o Brasil entre 1995 e 2002.
Contudo, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que governou o país durante oito anos, absteve-se de escolher entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva para a segunda volta das eleições presidenciais. A liderança nacional do partido que já foi uma das maiores forças eleitorais do Brasil preferiu manter a neutralidade na segunda volta e libertou assim os seus comités regionais e filiados para anunciarem o apoio que desejam de acordo com as suas convicções.
Também Simone Tebet, que foi apoiada pelo PSDB na primeira volta, decidiu tornar público o seu apoio a Lula da Silva na segunda volta. Tebet, que foi a terceira mais votada no domingo, foi a candidata do Movimento Democrático Brasileiro, partido que também decidiu não apoiar nehum dos candidatos à segunda volta. A senadora Mara Gabrilli, membro do PSDB, candidata a vice-presidente de Tebet, já anunciou que não escolhe entre Lula e Bolsonaro.
“Reconheço no candidato Lula o compromisso com a democracia e Constituição, o que desconheço do atual Presidente”, declarou, em conferência de imprensa, Tebet, a senadora de centro-direita, que registou 4,16% dos votos no domingo. “Nos últimos quatro anos, o Brasil foi abandonado na fogueira do ódio e das desavenças. A negação atrasou a vacina [contra a covid-19]. A arma ocupou o lugar do livro. A iniquidade fez curvar a esperança. A mentira feriu a verdade. O ouvido conciliador deu lugar à voz esbravejada. O conceito de humanidade foi substituído pelo de desamor. O Brasil voltou ao mapa da fome. O orçamento, antes público, necessário para servir ao povo, tornou-se secreto e privado”, disse, referindo-se ao Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
O senador José Serra (PSDB-SP) anunciou nesta terça-feira (4) apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 2º turno da eleição presidencial.
Serra também declarou apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa ao governo de São Paulo. Tarcísio é o candidato de Bolsonaro, e disputa o segundo turno contra Fernando Haddad (PT).
“Não vou me alongar sobre o tema. Diante das alternativas postas, votarei em Lula. E, pela mesma razão, em São Paulo, meu voto será em Tarcísio de Freitas”, escreveu o senador em nota.